por Thiago Amaral
Não
é de se admirar e muito menos uma novidade que possa espantar toda a
sociedade a questão que envolve os salários de prefeitos na Zona da Mata mineira, do estado de Minas, e de prefeitos do Brasil inteiro.
Isto
é a realidade fragilizada de uma constituição emendada e remendada, que
foi então elaborada dentro do que chamaram de processo de
redemocratização, nunca conduzido pela massa, mas pelo interesse dos
próprios políticos que já avistavam no futuro suas famílias enraizadas
nas diversas autarquias municipais espalhadas pelos cantões do Brasil a
fora.
Os
cantões não são fiscalizados, são como Brasil era para Portugal, uma
colônia. Os vereadores destas cidades são como chefes indígenas
responsáveis pela comunicação com o colonizador e vivem do escambo.
Olha, o prefeito colonizador vai aprovar o aumento de seus salários e
vocês chefes indígenas aprovam o aumento do meu salário. E a população,
como os índios comandados por seus chefes, vai sendo exterminada nas
enchentes, na fome, na falta de educação, na precariedade da saúde,
assistindo a um escambo ordinário, corruptivo, que soma prejuízos
inúmeros, com certeza maior do que acumulado pelos índios de 500 anos
atrás.
Um
escambo que se aproveita do poder, podre, incontrolável e permissivo.
Que ainda sustenta no poder os sobrenomes colonizadores que mandam e
desmandam nas suas colônias por décadas e mais décadas sem enfrentarem
nenhum combate ou resistência. Enfim, estamos em 2013, assistindo um
desvio indireto do dinheiro público através da troca de favores, do
escambo entre prefeitos e vereadores e aí me pergunto, quando
conseguiremos declarar independência a estes bandidos?